O Benfica fechou as contas do último exercício com um prejuízo de 31,4 milhões de euros. A realização de vendas de jogadores superlativas depois do fecho contabilístico irá dar outro colorido à contabilidade de 2024/25 mas deixou a época anterior no vermelho. E há vários números que mostram a dimensão de um problema que os próprios dirigentes assumem que irão tentar mitigar nos próximos anos.
Apesar de o valor do ativo ter crescido ligeiramente (subiu 7,4 M€), sendo o maior de sempre, o passivo assumiu contornos históricos, dado que é o mais elevado de sempre desde que a sociedade desportiva do Benfica foi lançada em 2000. O valor de 483,4 milhões, mais 38,8 do que no período homólogo anterior, fica distante desse anterior máximo, registado em 2022/23, na altura ascendendo a 444,6 milhões de euros.
Aliás, quando Rui Costa “pegou” na presidência de Luís Filipe Vieira, em 2021, o passivo havia sido contabilizado em menos 103,8 milhões de euros.
Neste capítulo do passivo, a dívida líquida assume um peso considerável, estando registado no relatório e contas um valor de 201,8 milhões de euros, apenas superado pelos 229 milhões de 2016/17, mas tendo mais 100,9 milhões do que no momento em que ocorreu a última troca empresarial. Olhando para os empréstimos, bancários e obrigacionistas (mais juros), o Benfica tem uma dívida que ascende a 222,2 milhões.
Mesmo que os proveitos, numa perspetiva dinâmica, cubram o passivo a três anos, como é analisado habitualmente em termos de gestão, existe alguma preocupação pela aproximação da barreira dos 500 milhões, estando a mesma expressa no relatório. “Os investimentos dos últimos anos vieram colocar alguma pressão no valor da dívida. Contudo, a Benfica SAD considera que existem condições para controlar o valor da dívida líquida, que não deverá sofrer aumentos consideráveis e que poderá voltar a reduzir de forma faseada ao longo dos próximos exercícios”, pode ler-se no relatório e contas divulgado.