O ainda treinador do Sporting pode juntar-se a Galloway e Szabo
Rúben Amorim prepara-se para encerrar, este domingo, o seu percurso como treinador do Sporting, mas poderá alcançar uma marca histórica, ao lado do inglês Randolph Galloway e do húngaro Joseph Szabo, ao tornar-se um dos poucos técnicos tricampeões ao serviço dos “leões”.
Com a mudança iminente para o Manchester United , Amorim, de 39 anos, terá ainda uma última oportunidade de comandar o Sporting em Braga, precisamente o clube onde começou a sua carreira de treinador antes de se transferir para Alvalade. Amorim assumiu o cargo em março de 2020, e em 2020/21 guiou o Sporting ao título nacional, pondo fim a uma seca de 19 anos que assombrava o clube leonino que foi especialmente memorável por ocorrer em plena pandemia de covid-19.
Na época 2023/24, Amorim repetiu o feito, e pode agora conquistar o título novamente em 2024/25, inscrevendo o seu nome ao lado de Galloway e Szabo como os técnicos com mais campeonatos no Sporting, aos quais soma ainda duas Taças da Liga e uma Supertaça. No entanto, ao contrário dos seus antecessores, Amorim terá de celebrar este possível feito longe dos adeptos de Alvalade.
O treinador, que será brevemente o novo líder dos “red devils”, deixa assim para o seu sucessor a missão de completar o caminho rumo ao bicampeonato, algo que o Sporting não alcança desde o célebre tetra entre 1951 e 1954. Este sucessor, ainda por anunciar oficialmente, poderá ser João Pereira, atual técnico da equipa B.
Caso o Sporting vença o campeonato esta época, Amorim, que orientou a equipa nos primeiros 11 jogos de 2024/25, garantiria um lugar especial na história do clube ao lado de Szabo e Galloway. Szabo, que levou o Sporting ao título em 1953/54, sucedeu precisamente a Galloway, responsável pela série de vitórias de 1950 a 1953, numa época em que o Sporting era sinónimo de sucesso, ao som dos “cinco violinos”.
Embora sem Fernando Peyroteo e com os “cinco violinos” reduzidos a um quarteto de alto nível (Jesus Correia, Vasques, Travassos e Albano), Galloway conseguiu tornar-se o primeiro treinador tricampeão do Sporting. Durante as décadas de 1940 e 1950, o clube acumulou 10 títulos, uma supremacia que nunca mais foi igualada e para a qual Szabo também contribuiu decisivamente, sagrando-se campeão pela primeira vez em 1940/41, quando FC Porto e Benfica já tinham celebrado três títulos cada.
Szabo voltou a conquistar o título em 1943/44 e igualou Galloway dez anos depois, concretizando o primeiro tetra do futebol português. Contudo, enquanto o tricampeonato é ainda um objetivo por alcançar, Amorim, ao partir para Inglaterra, junta-se a figuras como Cândido de Oliveira e Otto Glória.
Cândido de Oliveira, referência incontornável, foi o primeiro português a vencer um bicampeonato (1947/48 e 1948/49), enquanto Otto Glória inscreveu o seu nome na galeria dos campeões logo na estreia, em 1961/62, e voltou a ser campeão em 1965/66.
A confirmar-se o tricampeonato, Amorim somaria mais um título à sua lista, mas a mudança para a Premier League impede-o, para já, de igualar o recorde de Szabo em número de jogos ao comando do Sporting, mantendo o húngaro como o técnico com mais presenças no clube de Alvalade.